Liverpool 1 x 0 Flamengo, final do Mundial de Clubes de 2019. Não há um torcedor rubro-negro que não lembre daquele jogo e pense: dava para ser campeão. Uma sensação que é compartilhada, com convicção, por quem esteve em campo.
Presente naquela decisão, ao sair do banco de reservas na tentativa de mudar o rumo da partida, Diego Ribas até hoje carrega consigo a impressão de que, embora o favoritismo fosse do Liverpool, até eles sabiam que o Flamengo tinha capacidade de ganhar o título.
“Respeitamos muito a equipe deles, mas sabíamos que poderíamos vencer. Eles também sabiam [que o Flamengo poderia ser campeão], o comportamento deles dentro de campo era esse. Sentimos uma equipe muito sólida, mentalmente também. Foi um grande jogo”, falou o ex-meia no terceiro episódio do “Papo de Mundial”, programa da ESPN que reúne histórias sobre o torneio interclubes.
“Nós soubemos entender também os momentos que tínhamos que defender mais para nos manter vivos na partida. E por isso que tivemos a chance de vencer”, completou.
A decisão do título, de fato, foi equilibrada, como mostram as estatísticas. O Liverpool liderou em finalizações tentadas (18 a 15) e chutes certos (seis contra três), mas o Flamengo saiu com mais posse de bola (53 a 47) e passes tentados (669 a 601).
As melhores oportunidades foram inglesas. Roberto Firmino isolou um chute logo aos 40 segundos de jogo e depois acertou um chute de canhota na trave direita de Diego Alves. O brasileiro seria recompensado pela insistência na prorrogação, quando fez o gol da vitória.
Técnico daquele time, Jorge Jesus elogiou demais o Flamengo após a derrota, ao dizer que sua equipe fez “um jogo extraordinário” e atuou tão bem quanto o Liverpool. Muitos consideram a final uma partida “de igual para igual”, o que depois até virou motivo de provocação dos rivais.
“Não me machuca (a derrota), definitivamente foi um jogo de igual para igual. Por mais que a gente tenha sofrido, a sensação era de que a qualquer momento poderíamos fazer um gol. E enfrentamos um Liverpool que vivia o seu melhor momento”, ressaltou o camisa 10.
O lance mais emblemático do Flamengo naquele dia foi perdido por Lincoln. No último minuto da prorrogação, o jovem revelado no Ninho do Urubu recebeu cruzamento dentro da área e bateu de primeira, mas a bola subiu e sequer assustou Alisson.
Foi um gol fácil perdido pelo Flamengo? Diego rejeita a hipótese.
“É um lance muito difícil. É possível pegar e fazer o gol, mas nós como jogadores não encaramos como um gol feito, não. A bola vem forte, em uma altura difícil de pegar, um lance muito rápido, aquilo acontece. Foi uma oportunidade que ele tentou o melhor possível naquele momento”, finalizou.