Herói do CRB relata tensão após defesa em chute de Neymar: ‘Câmera lenta’

O relógio marcava 42 minutos do segundo tempo no confronto entre CRB e Santos pela Copa do Brasil, na noite de quinta-feira (22), quando Neymar balançou a marcação dentro da área e bateu rasteiro no canto. O gol tiraria o zero do placar e daria a classificação ao Santos. Mas o goleiro Matheus Albino se esticou, encostou a ponta dos dedos na bola e conseguiu mandar para escanteio. Um momento tenso, quase em “câmera lenta”, nas palavras do herói da equipe alagoana.

Apesar de o lance ter se desenrolado rápido, em menos de quatro segundos entre o domínio de Neymar e a conclusão da jogada, deu tempo de muita coisa passar na cabeça de Matheus Albino. A defesa levou a partida para os pênaltis e, na disputa na marca da cal, o goleiro defendeu uma cobrança de Zé Ivaldo e garantiu a vaga às oitavas de final do torneio nacional.

“Ali é uma jogada clássica do Neymar. Ele acaba conduzindo para dentro da área e achando essa chapada rápida no canto cruzado. Eu consegui dar a passada e reagir bem na bola. No momento em que eu encostei na ponta dos dedos, não tinha certeza se a bola ia sair ou não, tanto que olhei para trás para acompanhar a trajetória da bola e ver se realmente ia sair. Passou bem pertinho da trave. Fui acompanhando a trajetória, parece que estava em câmera lenta. A bola indo… e saindo para escanteio”, contou, em entrevista exclusiva à ESPN.

“Na hora em que ele bateu, eu consegui encostar na bola e pensei: ‘Tomara que saia, porque vai ser uma defesaça’. Um chute cruzado difícil, passando por baixo da perna do meu zagueiro, um tempo de reação curto. Tive de ter uma velocidade de reação boa. Parece engraçado, mas passa tudo isso na cabeça em poucos milésimos de segundos, torcendo para a bola sair, para valer a pena a defesa e o lance ajudar a equipe. Nesses poucos milissegundos passa bastante coisa na cabeça”, completou.

Neymar voltou a disputar uma partida pelo Santos, depois de mais de um mês se recuperando de lesão, justamente contra o CRB. Ele entrou em campo aos 20 minutos do segundo tempo e deu uma dinâmica diferente para a partida, mas parou na noite inspirada de Matheus Albino.

“Vimos as notícias, estávamos acompanhando se o Neymar ia ou não para o jogo, por conta de ele ser um grande jogador e influenciar na partida. Acompanhamos bem. Quando soubemos que ele ia para o jogo, sabíamos que teria um tempero especial na partida. A preparação foi intensa por conta disso também. E a concentração muito mais alta, não só por ser uma partida importantíssima”, revelou o goleiro.

“Está tudo bem vivo na memória ainda, mas já consegui rever alguns lances, pessoal acaba mandando, família manda vídeo reagindo aos lances da partida, ao pênalti decisivo, ao chute do Neymar no cantinho. Sempre bacana rever os lances e a reação da torcida”, acrescentou.

Disputa por pênaltis

Depois do 0 a 0 no tempo normal — e com o empate por 1 a 1 no jogo de ida — a vaga às oitavas de final da Copa do Brasil foi decidida nos pênaltis. O placar nas penalidades ficou em 5 a 4 para os alagoanos.

Matheus Albino defendeu a cobrança de Zé Ivaldo que determinou o resultado. Antes, havia encarado Neymar, que bateu o primeiro pênalti e marcou.

“A gente já sabia da possibilidade de pênaltis por conta do primeiro resultado. Trabalhamos simulando decisões por pênalti. Foi importante. Não posso deixar de enaltecer meus companheiros que bateram bem as penalidades. Fizemos um trabalho de estudo, parabenizo o pessoal da análise de desempenho do CRB. Vimos os batedores do Santos, como batiam, são coisas que fizemos em trabalho prévio. Houve um trabalho intenso durante a semana da equipe inteira”, afirmou o goleiro.

“Neymar é um dos principais batedores de pênalti do mundo. Fiz um estudo das batidas dele. Achei que a melhor estratégia seria aguardar a batida e reagir depois, mas ele, como exímio batedor, consegue virar muito bem o pé e deslocar. Fiquei de frente com ele, tentei a estratégia, mas ele teve o mérito de fazer o gol”, seguiu.

“Eu estava bem calmo e tranquilo [quando o Neymar foi bater], mas lógico que muito concentrado. Queria muito poder ter feito a defesa do pênalti do Neymar. Qual goleiro não gostaria? Mas com certeza foi um momento bacana da partida estar de frente com ele. Infelizmente não consegui fazer a defesa, mas foi um momento bom do jogo”, concluiu.

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