Por muitos anos, Simone Inzaghi foi apenas “o irmão de Filippo”. Enquanto o mais velho empilhava gols e títulos por Juventus, Milan e seleção italiana, Simone vivia uma carreira discreta, com alguns bons momentos, mas longe do status de estrela.
Como jogadores, a comparação era inevitável. Pippo foi artilheiro nato, campeão da Champions League com direito a dois gols na final de 2007, campeão do mundo com a Itália em 2006 e ídolo nacional. Já Simone teve uma carreira modesta, com passagens por Piacenza, Sampdoria e mais notoriamente a Lazio, onde venceu um Campeonato Italiano (1999/2000) e algumas copas nacionais.
Hoje, os papéis se inverteram. É Simone, agora treinador da Inter de Milão, quem vive os holofotes – elogiado por seu estilo moderno e equilibrado, cotado como um dos técnicos mais respeitados da Europa. Em 2023, levou o time à final da Champions, quando foi derrotado pelo Manchester City de Pep Guardiola, mas deixou uma impressão tão positiva que o espanhol fez questão de profetizar:
“Quero dizer ao Inzaghi que o que ele está sentindo agora, nós sentimos há dois anos. Ele deve saber que está treinando o segundo time mais forte da Europa e, portanto, um grande time. Ele estará de volta à final. O esporte é assim: às vezes você ganha, às vezes você perde”, declarou Guardiola.
Agora, em mais uma temporada sólida no comando da Inter, Simone Inzaghi cumpriu a profecia do comandante do City. E espera que dessa vez seja diferente, em duelo com o PSG neste sábado (31), na Allianz Arena, em Munique.
Com moral em Milão e prestígio em ascensão, Simone representa uma nova face do técnico italiano: menos defensivo, mais adaptável e analítico. Enquanto isso, o irmão Filippo observa de longe – talvez com um orgulho silencioso de quem, por anos, teve o sobrenome mais famoso da família.
Se conquistar o título, além de “fechar” um hall de taças importantes pelo clube, em que já venceu o Italiano, a Copa da Itália e a Supercopa da Itália, Simone Inzaghi também volta a recolocar a Itália no topo da Europa, já que a última vez que um time do país foi campeão da Champions foi em 2010, justamente a Inter, que na época era comandada por José Mourinho.