Um dia você está marcando Lionel Messi e no outro está disputando a Série B do Brasileirão. Essa reviravolta aconteceu na vida do volante ganês Sabit Abdulai, de 26 anos, que atualmente veste a camisa do Botafogo-SP.
Há quatro anos, durante um jogo entre Barcelona e Getafe, Sabit entrou no intervalo com a ingrata missão de tentar parar um dos maiores jogadores da história do futebol, que já havia feito dois gols no 1º tempo.
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Sabit fez a sua parte e não deixou Messi completar o hat-trick no Camp Nou, mas não evitou que o Getafe fosse goleado pelo Barça por 5 a 2. Mesmo assim, o ganês classificou o dia 22 de abril de 2021 como “incrível”.
“Eu só tinha 21 anos, estava no Getafe e fui convocado para o time principal. Tive a sorte de jogar contra uma das melhores equipes da Espanha e do mundo. Foi um dia incrível, porque joguei contra um dos melhores jogadores do mundo”, relembrou Sabit ao ser apresentado no Botafogo-SP em agosto do ano passado.
Na sua segunda temporada pelo Pantera, o volante tem 35 partidas e dois gols. Sabit, inclusive, se tornou o primeiro jogador de Gana a marcar na Série B do Campeonato Brasileiro, ao garantir a vitória tricolor sobre o Goiás, na edição de 2024.
Mas como um jogador que marcou Messi e estava disputando a LALIGA foi parar na Série B do Brasileiro? A ESPN.com.br conversou com os responsáveis por negociarem com o Botafogo-SP a transferência de Sabit.
Os empresários Danilo Silva e Didi formam o grupo D&D e decidiram apostar em um mercado mais alternativo depois de acompanharem o crescimento de jogadores africanos nos clubes europeus.
“Nós estamos com esse projeto faz um pouco mais de três anos. A gente sempre gostou do futebol europeu e sempre nos chamou a atenção a quantidade de jogadores africanos no futebol europeu. A gente tentou entender um pouco mais desse mercado. Ficamos um ano na África conhecendo um pouco mais a cultura, fazendo acordo. E também levamos diversos clubes do Brasil, praticamente todos da Série A e alguns da Série B, para conhecerem nosso projeto. Eles gostam muito do que encontram na África”, disse Danilo Silva.
“Se você parar para observar o cenário de Premier League, LALIGA, Bundesliga, todos os times de ponta têm três, quatro jogadores africanos no elenco. Isso é normal lá e não era aqui no Brasil. Quando a gente começou a conversar com alguns clubes, eles não entendiam porque buscar na África. Foi passando o tempo e hoje eles veem que o mercado africano é mais barato e que futuramente ele vai poder vender pra Europa”, completou Didi.
Além de Sabit, o projeto colocou outros cinco jogadores africanos em times das Séries A e B do Brasileiro: os ganeses Benjamin e Dennis Marfo no Internacional, King Faiasal no São Paulo, Stanley Boateng no Red Bull Bragantino e Steven Nofour no Criciúma. Todos eles também são de Gana, mas ainda não tiveram oportunidade de atuar nas equipes de cima.
“Quando você fala de um atleta africano, todos eles são rápidos, todos são fortes. Uma coisa também que os clubes monitoram bastante é o caso de lesão. É muito baixo o índice de lesão dos atletas africanos, a parte muscular. Dificilmente um atleta africano tem uma lesão muscular. Mentalmente eles também são fora de série e é um ponto que tem chamado bastante a atenção dos clubes”, destacou Didi.
A força de mental de Sabit será importante para ajudar o Botafogo-SP a superar o momento delicado em campo. Na zona de rebaixamento da Série B, o Pantera tem nove pontos em 10 rodadas.
Nesta quinta-feira (5), o Botafogo-SP recebe o Coritiba, às 18h (de Brasília), em Ribeirão Preto, com transmissão ao vivo no Disney+.
