Wimbledon 2025 entra em sua reta final após quase dez dias de disputas e jogos emocionantes. Alguns semifinalistas já estão definidos, e as últimas vagas serão preenchidas nesta quarta-feira (9), a partir das 9h (de Brasília), com transmissão de todas as quadras no Disney+ Premium.
Entre os tenistas que entram em ação nas quartas de final está Novak Djokovic, que, aos 38 anos, encara o italiano Flavio Cobolli, de 23, no último jogo do dia na quadra central do All England Club, por volta das 11h (de Brasília).
Sete vezes campeão do torneio, Djoko busca mais uma vez o título na grama sagrada de Londres. Nas duas últimas edições, parou justamente na final, ambas perdidas para Carlos Alcaraz; mais uma vez, o sérvio começou a competição como um dos grandes favoritos, ao lado do espanhol e também do número 1 do mundo, Jannik Sinner.
Esse favoritismo em Wimbledon é familiar a Djokovic, mas a realidade atual do circuito está mudando. O domínio recente de Sinner e Alcaraz — no ranking e dentro de quadra — tornou o caminho para o 25º título de Grand Slam e o recorde absoluto cada vez mais complexo. Recordista entre os homens, Nole ainda está empatado com a lenda australiana Margaret Court, que conquistou 24 títulos nas décadas de 1960 e 1970.
O próprio desempenho recente de Nole reforça esse cenário: nos últimos 12 meses, o único título veio no ATP 250 de Genebra, nível mais baixo entre os torneios da elite. Em Slams, sua última conquista foi o US Open de 2023.
É nesse contexto que Wimbledon surge como talvez sua última grande chance de levantar o 25º troféu de major. Segundo maior campeão do The Championships entre os homens, atrás apenas de Roger Federer, Djokovic ainda pode se aproveitar da experiência no piso que é o mais rápido e imprevisível do circuito. Na grama, ele tem um aproveitamento de 85%, o segundo maior entre os principais nomes do circuito — atrás apenas dos 89% de Alcaraz (com bem menos jogos) e acima dos 70% de Sinner.
Se a grama é hoje o único piso em que Djokovic ainda parece ter alguma vantagem frente aos rivais, é fundamental que ele aproveite esta edição. O tempo, mais do que nunca, virou um oponente real. Enquanto Nole se aproxima do final da carreira, Alcaraz e Sinner são jovens em constante evolução: o espanhol tem 22 anos, o italiano, 23.
A perspectiva de ver Djoko brigando novamente pelo título em Wimbledon no ano que vem é incerta — e, fisicamente, a tendência é de que suas chances diminuam. Por isso, o momento é agora, ainda mais com os principais rivais oscilando ao longo dessa edição do torneio.
Sinner esteve perto da eliminação nas oitavas de final. Perdia por 2 sets a 0 para Grigor Dimitrov quando o búlgaro sentiu uma lesão e abandonou a partida. Já Alcaraz venceu apenas duas partidas em sets diretos até aqui, sofrendo para superar rivais teoricamente mais acessíveis, como Fabio Fognini e Jan-Lennard Struff na estreia e 3ª rodada, respectivamente.
Djokovic, por sua vez, sobrou nas três primeiras rodadas e só enfrentou mais dificuldades nas oitavas, quando perdeu o primeiro set para Alex de Minaur jogando muito mal, mas reagiu com autoridade para garantir a vaga nas quartas de Wimbledon pela 16ª vez na carreira.
Se o 25º Grand Slam não vier agora, as chances de que ele aconteça no futuro diminuem drasticamente. Os próximos dois majors — US Open e Australian Open — são em quadra dura, superfície na qual Sinner tem dominado. O italiano é o atual campeão em Nova York e venceu as duas últimas edições em Melbourne. Soma uma sequência de 18 vitórias no piso, e sua última derrota nesse tipo de quadra foi em 2024, na final do ATP 500 de Pequim, para Alcaraz.
Em Roland Garros, no saibro, o obstáculo volta a ser o tempo. O próprio Djokovic admitiu, após ser eliminado por Sinner na última edição do torneio, que aquela pode ter sido sua despedida no Grand Slam francês. Fisicamente, o esperado é que o caminho até o título fique ainda mais complicado em um piso característico por pontos muito longos e grandes rallies.
Além da idade e da superfície, Djokovic encara outro desafio: a queda no ranking. Por estar na sexta colocação, o sérvio acaba enfrentando um dos principais rivais antes de uma eventual decisão do torneio. Foi assim em Roland Garros, quando caiu na semifinal diante de Sinner, e no Australian Open, que até venceu Alcaraz nas quartas, mas se desgastou tanto a ponto de abandonar a semifinal contra Alexander Zverev.
Em Wimbledon, o caminho pode se repetir, com um possível duelo contra Sinner nas semis e com Alcaraz do outro lado da chave. Com essa tendência, a missão de vencer um título, precisando em muitas vezes derrotar os dois cabeças de chave no mesmo torneio fica ainda mais complicada.
Não é prudente duvidar de Djokovic e, justamente por isso, Wimbledon 2025 se apresenta como a última grande oportunidade para um dos maiores tenistas da história alcance o tão sonhado 25º troféu de major.