Neste domingo (13), o Chelsea enfrenta o PSG, às 16h (de Brasília), no MetLife Stadium, pela grande final do Mundial de Clubes. O jogaço terá transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.
Não é segredo para ninguém que o sucesso das equipes nos últimos anos está diretamente ligado aos seus donos multibilionários, que não têm qualquer vergonha de pagar quantias astronômicas nas transferências de jogadores.
Mas quem são exatamente os proprietários dos finalistas do Mundial de Clubes?
Abaixo, a ESPN conta um pouco sobre quem dá as cartas nos bastidores de Paris Saint-Germain e Chelsea, além de mostrar o tamanho de suas fortunas.
PSG
O Paris é controlado desde o meio de 2011 pela QSI (Qatar Sports Investments), um dos braços do QIA (Qatar Investment Authority, ou Fundo Soberano de Investimentos do Qatar), país do Oriente Médio com reservas “infinitas” de petrodólares.
Isso quer dizer que o dono do PSG é, de fato, o Estado do Qatar. Portanto, a primeira pessoa no organograma é o sheik Tamim bin Hamad Al Thani, de 45 anos, que é o emir (monarca e chefe de Estado) da pequena nação asiática.
Tamim é o 4º filho de Hamad bin Khalifa Al Thani, que foi emir entre 1995 e 2013, e se tornou herdeiro ao trono depois que seu irmão mais velho, o sheik Jassim bin Hamad Al Thani, renunciou em 2003 ao seu direito sucessório por falta de interesse em assumir um cargo político.
Com isso, Hamad passou cerca de uma década preparando Tamim e abdicou do trono em 2013, dando lugar ao seu filho, com o jovem sheik assumindo, entre muitas outras propriedades, o comando do Paris Saint-Germain.
Como muitos herdeiros nas famílias reais do Oriente Médio, Tamim bin Hamad Al Thani fez carreira acadêmica na Inglaterra. Ele se formou na Real Academia Militar de Sandhurst e se tornou na sequência um militar de alta patente nas Forças Armadas do Qatar.
Apaixonado por esportes, foi dele a ideia de criar a QSI, que posteriormente comprou o PSG e também possui porcentagens de outras equipes, como 29,6% do Braga, de Portugal, e a maioria acionária do Málaga, da Espanha.
Apesar de ser de fato o dono de todos esses clubes, Tamim prefere “terceirizar” o comando das equipes. O PSG, por exemplo, é chefiado por Nasser Al Khelaifi, seu braço direito e que também é CEO da QSI. Já o Málaga está nas mãos de outro sheik, Abdullah bin Nasser Al Thani, que é parente de Tamim e faz parte da família real.
O emir também fez parte dos Comitês de Organização que levaram para seu país uma série de grandes eventos esportivos, como Jogos Asiáticos, Mundiais de natação e handebol e, mais recentemente, a Copa do Mundo 2022.
Tamim também é frequentemente visto em arquibancadas pelo mundo afora. Nos últimos meses, por exemplo, ele foi fotografado acompanhando jogos do Paris Saint-Germain no Parque dos Príncipes e também assistindo a partidas de Roland Garros, o famoso Grand Slam do tênis realizado no saibro parisiense.
Quanto à riqueza do sheik, o valor é quase impossível de ser calculado em sua exatidão, já que sua família comanda há décadas um país com reservas abundantes de petróleo e gás natural, possuindo uma fortuna de proporções estratosféricas através dos mais variados negócios e investimentos.
De acordo com a Bloomberg, a fortuna estimada da família Al Thani é de US$ 355 bilhões (R$ 1,974 trilhão). A riqueza pessoal de Tamim, por sua vez, é bem mais “modesta”: apenas US$ 2 bilhões (R$ 11,12 bilhões), segundo os cálculos do mesmo veículo.
Entre suas principais posses, aparecem seu iate, avaliado em US$ 400 milhões (R$ 2,224 bilhões) e que possui até pista para pouso de helicóptero; sua galeria de arte, com pinturas de nomes como Paul Cezanne e Andy Waorhol; e sua imensa coleção de carros de luxo.
Além disso, a Qatar Airways, uma das mais importantes empresas aéreas do planeta, também é propriedade da família real – e, portanto, de Tamim Al Thani.
Chelsea
Em 2022, quando o magnata russo Roman Abramovich foi obrigado pelo Governo inglês a vender o Chelsea por causa das sanções impostas à Rússia na guerra contra a Ucrânia, o empresário norte-americano Todd Boehly arrematou os Blues por 4,25 bilhões de libras (R$ 31,97 bilhões, na cotação atual).
Neto de imigrantes alemães que foram para os Estados Unidos, ele se formou em administração de empresas em 1996, mas não sabia direito o que fazer com seu diploma. Aconselhado por um professor, foi para Londres e se matriculou em uma especialização London School of Economics.
A partir daí, sua carreira deslanchou. A entrada foi no setor bancário, trabalhando em gigantes como Citibank e Credit Suisse.
Em 2001, ele se juntou à Guggenheim Partners, empresa global de investimentos, aonde iniciou negócios com créditos, investimentos bancários, gestão de ativos e no mercado financeiro.
Dali em diante, a Guggenheim Partners cresceu a ponto de controlar mais de US$ 300 bilhões em ativos. Boehly, por sua vez, se tornou presidente da empresa e ficou no cargo até 2015, quando comprou alguns dos ativos que adquiriu à frente da Guggenheim e fundou a Eldridge Industries ao lado de parceiros.
Atualmente, o bilionário de 51 anos é o mandatário da Eldridge e também é o CEO interino da HFPA (Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood), organização de jornalistas de veículos estrangeiros que atuam nos Estados Unidos na cobertura da indústria do cinema e da televisão do país.
Fanático por esportes, Boehly tem uma longa e recheada “carteira de investimentos” em modalidades variadas.
Ele “atacou” primeiro os esportes americanos, comprando parte do controle de duas das maiores potências do país: o Los Angeles Lakers, da NBA, e o Los Angeles Dodgers, da MLB. Além disso, o magnata também controla o Los Angeles Sparks, dono de três títulos da WNBA, e é dono da Cloud9, uma grande equipe de eSports.
Sob sua gestão, aliás, o tradicional time de beisebol foi bicampeão da liga norte-americana (2020 e 2024) e fez o maior contrato individual da história de todas as modalidades com o japonês Shohei Ohtani: US$ 700 milhões (R$ 3,893 bilhões) por 10 anos de vínculo.
Mas Boehly ganhou fama mundial após mudar seu foco para o maior esporte de todos: o futebol. Ele primeiro tentou comprar o Chelsea em 2019, oferecendo US$ 3 bilhões, mas Abramovich negou. Três anos depois, sob pressão do Governo britânico, o russo não teve alternativa e topou fechar a venda,
O norte-americano assumiu os Blues e promoveu uma verdadeira “revolução” em todos os sentidos, mexendo em todos os cargos da diretoria e reformulando totalmente a equipe que havia sido campeão da Champions League e do Mundial de Clubes pouco antes.
Com uma estratégia de recrutamento agressiva, ele investiu uma quantia absurda de dinheiro para contratar jogadores jovens espalhados pelo mundo, apoiando-se em vínculos longos. Posteriormente, ainda comprou o Strasbourg, da França, que se tornou um “clube-satélite” do Chelsea no futebol europeu.
Segundo a revista Forbes, a riqueza total do empresário norte-americano é de US$ 8,5 bilhões (R$ 47,28 bilhões), o que o coloca na posição 378 entre as pessoas mais ricas do mundo. E quem acha que ele sentiu algo no bolso com a compra do Chelsea, se engana: entre 2022 e 2025, sua fortuna praticamente duplicou…
Veja abaixo as contas de quanto cada dono investiu em seus clubes*:
Chelsea
ERA TODD BOEHLY
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2022/23: 574,8 milhões de libras (R$ 4,327 bilhões)
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2023/24: 403,2 milhões de libras (R$ 3,035 bilhões)
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2024/25**: 446,17 milhões de libras (R$ 3,359 bilhões)
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TOTAL: 1,42 bilhão de libras (R$ 10,69 bilhões)
**As transferências do Chelsea antes e durante o Mundial de Clubes 2025 foram contabilizadas na temporada 2024/25
Paris Saint-Germain
ERA QATAR
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2011/12: 83,9 milhões de euros (R$ 543,75 milhões)
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2012/13: 151 milhões de euros (R$ 978,61 milhões)
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2013/14: 135,9 milhões de euros (R$ 880,75 milhões)
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2014/15: 49,5 milhões de euros (R$ 320,8 milhões)
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2015/16: 116,1 milhões de euros (R$ 752,43 milhões)
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2016/17: 134,5 milhões de euros (R$ 871,68 milhões)
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2017/18: 238 milhões de euros (R$ 1,542 bilhão)
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2018/19: 262 milhões de euros (R$ 1,698 bilhão)
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2019/20: 95 milhões de euros (R$ 615,68 milhões)
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2020/21: 62 milhões de euros (R$ 401,82 milhões)
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2021/22: 91 milhões de euros (R$ 589,76 milhões)
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2022/23: 139 milhões de euros (R$ 901,43 milhões)
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2023/24: 436,9 milhões de euros (R$ 2,833 bilhões)
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2024/25: 239,9 milhões de euros (R$ 1,554 bilhão)
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TOTAL: 2,234 bilhões de euros (R$ 14,49 bilhões)
*Os valores de conversão são os do Banco Central do Brasil em 10 de julho de 2025
Onde assistir à final do Mundial de Clubes?
A final do Mundial de Clubes entre Chelsea e PSG, no domingo (13), às 16h (de Brasília), tem transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.