O CEO da SAF do Botafogo, John Textor, segue sua ‘empreitada’ para comprar um novo time na Inglaterra enquanto aguarda autorização para vender sua parte de 43% das ações do Crystal Palace e não estar mais na diretoria do Lyon. Depois de sair na imprensa europeia que ele monitorava duas instituições, ele apontou nesta quinta-feira (10) um possível ‘favorito’: o Sheffield Wednesday.
Fundado em 1867, o clube é um dos mais antigos tanto de seu país quanto do mundo e tem enorme tradição em solo inglês, com quatro títulos da liga nacional, antes dela se chamar Premier League, em 1902/03, 1903/04, 1928/29 e 1929/30 e três troféus da Copa da Inglaterra, em 1895/96, 1906/07 e 1934/35. A última vez que foi campeão de uma competição relevante foi em 1990/91, quando faturou a Copa da Liga Inglesa em cima do Manchester United.
Em entrevista ao podcast White & Jordan, do talkSPORT, vestindo a camisa do Botafogo, Textor confessou que enxerga no Sheffield Wednesday o “problema” do futebol na Inglaterra. “Eles deveriam ter a chance de serem campeões todo ano, mas não têm”, disse o dirigente, apontando, em seguida, que glórias de times com grande poderio financeiro não são necessariamente “históricas”.
“Quando falamos de uma vitória histórica do Manchester City, ela não é verdadeiramente histórica, na verdade, quando se fala daquele tamanho de vantagem”, opinou, referindo-se à força do elenco de Pep Guardiola. O clube de Manchester, inclusive, já foi acusado pela Premier League de violar regras de fair play financeiro.
Textor não apontou, no entanto, que irá de fato comprar a SAF do Sheffield Wednesday para recolocá-lo no caminho das glórias, e sim que as diretrizes do futebol inglês deveriam tornar as grandes conquistas mais acessíveis a tradicionais instituições do tipo. “Gostaria de ver regras que o permitissem vencer a Premier League novamente, mas não sei se esse dia vai chegar”.
A escolha pelo Crystal Palace como primeiro trabalho na Inglaterra deu-se, segundo ele, por um afeto histórico com clubes de divisões inferiores. “Meus filhos são grandes torcedores do Palace e acho que meu primeiro jogo de futebol foi do Stockport County. Meu primeiro jogo da Premier League já foi bem mais velho, então, vi o outro lado do futebol inglês. Realmente prefiro mais clubes da Championship (segunda divisão)“.
Para tornar esses times mais fortes, Textor citou o Botafogo e a parceria com o Lyon como modelo de trabalho, o que ele chamou de “clubes multirede”. “Não contratamos um jogador ao Botafogo se as pessoas do Lyon não o enxergarem em seu elenco. Estamos atingindo um nível de colaboração, e esse é o caminho que você pode competir contra o dinheiro”, analisou o dirigente.
“(O ideal é) você conseguir achar 11 jogadores em qualquer canto do mundo que são melhores que os jogadores que você pode comprar. Nós vimos isso em campo contra o PSG, certo? Olha como aquele time foi construído”, citou Textor, relembrando a histórica vitória do alvinegro carioca em cima do campeão da Champions League no Mundial de Clubes.
Entenda a situação de John Textor com o Crystal Palace e por que ele venderá suas ações no clube
Como a ESPN informou em 23 de junho, Woody Johnson, proprietário do New York Jets, da NFL, fechou um acordo de £190 milhões, pouco mais de R$ 1,4 bilhão, para comprar 43% das ações do Crystal Palace que pertencem a Textor.
O acordo está sujeito à aprovação da Premier League e à aprovação de Woody Johnson — ex-embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido — no Teste de Proprietários e Diretores da liga, também conhecido como Teste de Pessoas Idôneas e Aptas.
Caso o acordo de Johnson com Textor seja aprovado pela Premier League, ele abrirá caminho para o Crystal Palace jogar na Europa League da próxima temporada e acabar com a possibilidade de o clube violar as regras de propriedade multiclube, uma vez que a Eagle Football Holdings Group, de John Textor, também tem participação majoritária no Lyon.
Embora Textor não tenha envolvimento diário na administração do Palace, que é controlado pelo presidente Steve Parish e pelos investidores americanos Josh Harris e David Blitzer, as regras da Uefa impedem que dois times com a mesma propriedade joguem na mesma competição, a menos que ações de um clube sejam colocadas em um outro fundo.